quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Solidariedade 365 dias por ano

Solidariedade e voluntariado são duas palavras que gosto muito. Antes só as conseguia aplicar na teoria, felizmente hoje em dia consigo pôr na prática embora não tanto quanto desejaria, mas o suficiente para ficar satisfeita.

CAUSA SIMÃO
O Simão é um menino pequenino que tem uma série de problemas de saúde. Tem a sorte de ter uma família fantástica que se une para ajudá-lo. Foi uma colega de trabalho que fez a habitual inclusão no Facebook da minha pessoa no grupo. Eu geralmente olho e passo à frente, mas vi que o Simão além de ser mais pequeno que a Peninha, é da zona onde moro. Vi que se dedicavam à recolha de tampas de garrafas de plástico, caricas e rolhas para ajudar a custear as terapias várias que o Simão faz para ter uma qualidade de vida aceitável dentro das possibilidades. E as possibilidades são todos os dias sufocantes para a Mãe do Simão, que vai contando as evoluções positivas e menos positivas do Simão, mas com sentimento: não esconde os receios e o que lhe custa aceitar quando escreve, mas sempre que me encontro com ela acho-a uma maravilhosa força da Natureza. E à mãe dela e à irmã dela e respetivos. E até ao irmão do Simão, que não tem menos mérito que todos os outros.

Para mim, a história das tampinhas era um flop. Nunca acreditei na conversa das tampinhas que se transformavam por atos de solidariedade em cadeiras de rodas. Mas a verdade é que agora vejo, acredito e ajudo no que posso. Na nossa política de diminuição da pegada ecológica não é fácil ter caricas ou tampas plásticas, mas vamos recolhendo em alguns bares e na nossa família e ajudamos na separação: eu vou até lá separar tampas, já levei a minha mãe e a minha sogra e o PenaMan fica com a Peninha sem stresses para eu poder ir. Se podia ir ao ginásio naquelas horas que lá estou? Podia! Mas gostei de conhecer aquela gente boa, das melhores pessoas que já conheci. Tias e vizinhas velhotas que ali se juntam ao final do dia e estão horas sentadas a separar milhões de tampas que depois vão de camião e voltam transformadas em ajuda para o Simão. Todos estão ali de coração e não imaginam como é bom de ver, sentir e participar.

Decidi ir ajudar porque desde que me mudei para onde moro agora que as pessoas que conheço são clientes da empresa onde trabalho, da área onde trabalha o meu marido, pais dos coleguinhas da escola da Peninha ou pessoas que lá trabalham e pouco mais. Por isso queria ampliar a minha pequena rede de pessoas próximas, dentro do possível. Fui recebida inicialmente com alguma apreensão: afinal ninguém me conhecia e quando a ajuda é grande o pobre desconfia. Mas agora quando lá vou quase me sinto da família! Nem sempre consigo ir, mas sempre que vou, quando me venho embora vejo na cara daquelas pessoas a expressão sincera do agradecimento que verbalizam. E também eu vou grata por me deixarem ajudar quem precisa da minha modesta ajuda.

E na verdade? Na verdade acredito do fundo do coração que o Simão vai ter uma vida não tão boa como todos desejamos, mas melhor pelo que todos fazemos por ele. É uma batalha dura esta que a família do Simão, em particular os pais, travam, mas enquanto eu poder ajudar na luta, lá estarei!

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