quinta-feira, 16 de abril de 2015

Ouro de beber

Era algo que já queríamos antes desta "mania" de ser saudável e sustentável e, já agora, económico. Azeite bom! Já conhecíamos um lagar em São Brás de Alportel e queríamos lá ir. A conversa começou em Janeiro e foi-se arrastando... Ficámos de ir um fim-de-semana, e depois outro, e depois outro. Ligámos para saber o preço do azeite e ficámos a saber que já têm página na internet e fazem entregas. Mas como sempre, o valor da entrega era muito pouco compensador...

E nós estávamos numa de ir ao lagar. Num Sábado, metemo-nos os 3 no carro com 2 avós e lá fomos.
Os senhores foram muito muito simpáticos e até tivemos direito a uma visita para ver a maquinaria, o alambique da aguardente, a parte de embalagem e o processo de fabrico pré-mecanização. Tudo muito bem explicado e com direito a perguntas e respostas. Até a Peninha gostou!

Quando fomos pagar, afinal o preço já não era o mesmo. E ficámos a saber que segunda-feira ia aumentar. Isto porque a época do azeite não é todo o ano. Vínhamos completamente formatados pelo supermercado! A época do azeite é em Outubro: é quando há mais e é mais barato. Depois consoante o ano tenha sido mais ou menos seco e haja menos ou mais azeitona e a própria azeitona seja mais ou menos cheia, influencia também o preço final.

Trouxemos o nosso garrafão que esperamos que dê até meados de Outubro e uma das avós também trouxe um garrafão. Para utilizar, em vez do garrafão temos uma garrafinha de molhos, tipo chef, que vamos enchendo. O preço saiu ao preço de um bom azeite e é óptimo!

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Análise de resolução de ano novo

Bem que me tenho esforçado a procurar na Internet projectos do tipo daquele a que nos comprometemos no início do ano, mas a verdade é que não há nada parecido (que eu tenha encontrado).

Há muita coisa na área da reciclagem e reutilização de lixo doméstico, mas isso pressupõe fazer lixo e comprar esse mesmo lixo, que no fundo é o que evitamos.

Não sei em que ponto de situação fiquei na última vez, mas as conclusões a que chegámos ao momento são:
- já usamos guardanapos de pano quando estamos apenas os 3 em casa: com visitas é complicado, porque as pessoas não estão habituadas e não gostam e este era um dos pressupostos que tínhamos aplicado logo desde o princípio em relação aos guardanapos de pano - em caso de visitas não aplicar.

- cápsulas de café reutilizáveis: dão algum trabalho, pois tem de se tirar o café utilizado, passar por água e voltar a encher e o café é bastante diferente da tradicional bica. Estou tentada a experimentar uma daquelas clássicas máquinas de saco.
Por curiosidade, li no outro dia um artigo num jornal nacional em que o inventor das cápsulas informava que nunca pensou que fosse funcionar o conceito, por ser caro. Aliás, atendendo ao lixo que faz, se pudesse voltar atrás não teria desenvolvido o conceito.

- a horta continua em grande produção

- continuamos a produzir os nossos iogurtes e inclusivamente já estamos a fazer alguns produtos semelhantes

- acabámos com os garrafões de água em casa. A água da nossa casa não é adequada a consumo, serve apenas para banhos e lavagens, o que significa que até a sopa tem de levar água do garrafão. Eram demasiados garrafões por semana. Assim, temos uma máquina de água daquelas dos garrafões de 18.9l que são depois reenchidos. Negociámos o preço de forma a que a água ficou ao custo da que adquiríamos no supermercado, que apenas posso indicar que não era marca branca. Pagamos um valor mínimo de aluguer da máquina e obviamente que não temos os habituais copos de plástico que acompanham essas máquinas. São entregues em casa, o que também é ecológico.

- apenas compramos detergente de loiça e roupa, todas as restantes limpezas são feitas com vinagre de limpeza. É um vinagre próprio e a um preço apetecível que serve para limpar todas as divisões da casa e que tem óptimos resultados - aliás, usamos como abrilhantador na máquina da loiça e como amaciador e anti calcário na máquina da roupa.

- Quinta Colha Você Mesmo Espírito da Terra: era muito caro para tão pouca quantidade. optámos por ir todos os Sábados ao Mercado a Loulé. Confesso que é um sítio que gosto e que já me habituei e até já temos um talho eleito por lá.

- Sacos de plástico: já nem nos lembramos o que isso é. Nem nas férias os usamos! E para o lixo compramos sacos de lixo.


e assim vai esta resolução, da qual tenho algum orgulho por estes dias :) mas que não ficará por aqui de certeza

Brilha brilha lá no céu

Não é um post a falar de uma estrelinha que nos deixou e que brilha agora lá no céu.
É um post sobre a música infantil "brilha brilha lá no céu", que de tão popular nem me vou preocupar em pôr links para o YouTube...

Quando a Peninha era levezinha e pequenina, naquela fase da vida em que eu tratava de tudo (trabalhar para pôr dinheiro em casa, educa-la, alimenta-la, mima-la, deita-la, vesti-la, cuidar dela, ama-la, passar tempo com ela, leva-la à escola, passar tempo com ela e disfrutar dela... nem me alongo mais por agora), tinha uma preocupação permanente, embora em baixa onda de rádio: que ela chorasse e acordasse à noite. Isso incomodaria os meus vizinhos do lado (literalmente a parede do meu quarto era a parede do quarto deles também...) além de que me deixaria um traste para seguir a odisseia 24 por 7 que tinha e cujas tarefas sucintamente descrevi acima.

Cedo pensei que a comunicação entre nós era uma prioridade para que nos entendêssemos e tivéssemos a melhor relação possível - obviamente que de dia e de noite! O momento de deitar era crucial e não tinha uma norma, contrariamente ao que todos esperavam. A cada noite chegava um momento em que eu julgava que ela ficaria bem na cama e acabaria por adormecer e deitava-a. Às vezes corria bem e ela adormecia num curto espaço de tempo e não voltava sequer a acordar sem ser no outro dia de manhã. Outras vezes acordava passadas 2 ou 3 horas mas adormecia novamente, embora raramente acordasse antes da manhã seguinte.

Mas vezes houve, obviamente - e hoje não nego, embora possa ter estado durante algum tempo em estado de negação sobre este assunto - em que ela se recusava sequer a encostar o seu corpinho no berço e fazia questão que todo o prédio soubesse que não estava para isso, alto e bom som. E outras em que até fingia que ia ficar mas... mas não. E não e não e não!

Nesses momentos menos coloridos socorri-me das técnicas do passado e comecei por me aliar à música do "João Pestana", mas essa música tinha a particularidade de deixar a Peninha sonolenta e por isso aumentava o grau de irritabilidade, choro, desconsolo e descontrolo. Com muita pena minha, por achar esse clássico infantil bonito e difícil de descarrilamentos vocais de maior, abandonei o "João Pestana" e adotei no imediato a "Brilha brilha lá no céu", também pouco dada a lesões auditivas infantis independentemente da perícia musical materna e com a vantagem de ser altamente popular e agradável.

Obviamente que a Peninha abanava logo a cabeça e estava a marimbar para a melodia... mas sortia sempre efeito, mesmo que demorasse. Virou presença habitual na nossa rotina. Qual o meu espanto quando neste último Natal, na festa da escola, na actuação da sala da Peninha, a música escolhida era o "brilha brilha", em que os pequenotes tinham uma estrela muito grande e brilhante à frente de cada uma das suas barriguinhas e ainda estrelinhas um pouco mais pequenas a cintilar nas suas mãozinhas. Saiu o DVD na escola, comprámos e está no primeiro lugar, TOP 1, lá de casa desde então... já lá vão 4 meses ininterruptos! Não há dia em que não toque, praticamente.

Nesta quarta-feira fomos jantar a casa da avó, como habitualmente. E qual não foi o meu espanto quando no caminho ela começou a cantar a música. Obviamente que não conseguia sair da parte do "brilha brilha" e ajudei-a e assim passou a um belo dueto maternal. Música para os meus ouvidos a sair daquela boca com aquele som atabalhuado! Até hoje não voltou a repetir a proeza (na escola não adora de forma alguma a professora de música), mas aqui no meu coração ficou aquele momento a brilhar para sempre e, uma vez mais, só nosso, "das duas", como ela diz.