quarta-feira, 15 de julho de 2015

Champoo: check!

Hoje foi dia de estrear o champoo artesanal que fizemos. O cheiro é sensacional no banho e no cabelo. Estou muito satisfeita. E faz imensa espuma! A odisseia continua, ontem comprei uma revista nova mais inclinada para macerações, bem como conheci no outro dia um artesão que me deu algumas dicas.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Tenho uma coisa para te dizer

Pensei que fosse bastante mais complicado do que é na realidade. Sempre que complica a culpa é tua, porque nunca ninguém te pôs no teu lugar e então achas que podes, fazes e mandas e aconteces e pões e dispões, mas aqui não é assim. Aqui vive-se em família e por isso o bem-estar dos nossos é o que mais conta, não os caprichos dos que estão de fora. Aliás, aqui a vida não tem caprichos, porque estamos a endireitar muita coisa que estava torta e assim cortamos o mal pela raiz e só vivemos com o essencial: e é bom. Mas tem de ser mesmas quantidades e medidas para todos os da casa, é o que aplicamos todos os dias.

Educação, gentileza e boas maneiras é o que há para todos e é no que trabalhamos todos os dias. O resto é supérfluo. Não gostamos de miúdos intrometidos na vida dos adultos: nas suas conversas, no "quem é?" quando o telefone toca, nas tentativas de opiniões fundadas em "acho que", embora valorizemos as opiniões fundadas e devidas. Não apreciamos chica-espertice nem gracinhas idiotas, achamos desadequado mesmo.

Valorizamos o bem-estar e o descanso de todos: não acordamos quem dorme se não for necessário, ensinamos onde se põe a roupa suja, como se faz a cama, que o lavatório e a sanita são para ficar limpos após o nosso uso para que o use quem vem a seguir, a arrumar a roupa no armário, que os brinquedos são nos quartos e não no resto da casa toda. Aqui ensinamos que não se mexe nos armários da cozinha nem no frigorífico, porque somos muitos e tem de haver ordem e arrumação. E que tirar roupa do armário também tem regras. Ensinamos que se arruma a cadeira quando se sai da mesa. Ensinamos que os brinquedos da rua ficam arrumados no final da brincadeira e que todos os brinquedos são de todos e dão para todos, caso contrário não servem e por isso deitamos fora.

Aqui chama-se manos aos da família, mesmo sem o serem, porque são de coração. Faz-se birras quando se quer o brinquedo que o outro tem e chorasse de desgosto enquanto o outro continua a brincar porque era a sua vez. Escolhesse filmes para todas as idades e a televisão não é o centro da casa, os livros é que são. Diz-se bom dia quando se acorda. Dá-se uma palmada quando a pimenta chega ao nariz, pede-se desculpa quando se está errado e há castigos se for preciso.

Aqui vive-se assim... porque é a nossa vontade e porque aqui mandamos nós! E somos felizes

Lixo e mais lixo

Por estes dias temos casa cheia: estão cá todos os pequenotes e avó para dar uma mão (e que mão!). O PenaMan foi amoroso, como sempre, e deixou o carro lavado e atestado e comida q.b..

Mas já se sabe que com os pequenos a crescer e com os planos de estadias fora de casa durante o dia inteiro, há sempre compras a fazer. Quem as tem feito tem sido a avó e confesso que após este modo "lixo não entra cá em casa" que adotámos, ando um bocado horrorizada, porque a avó não adotou (ainda!) este modo de vida:
- pães de leite embalados individualmente e depois de 6 em 6
- iogurtes bicompartimentados e enrolados em cartão
- sacos saquinhos e saquetas...

Até me passa a vontade de comer...

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Puf... e fez-se o sabonete

Resumo da aventura do sabonete da barba artesanal e caseirinho que fizemos: o PenaMan adorou, os amigos dele também já pedincham sabonete :)

Out of Milk & Google Chrome

Escreve-se em inglês porque são o nome de uma aplicação, vulgo app, e um gadget (como se traduz gadget?). Não sendo nada tecnológico este blog e não tendo intenção de o ser, falo dele porque somos uma espécie de profetas desta app.

Sendo o PenaMan quem faz as compras de supermercado por ser ele quem sai mais cedo, por o meu escritório ficar de caminho entre o trabalho dele, a nossa casa e a escola da Peninha, e também porque é ele que cozinha, ao princípio de vivermos juntos tínhamos algumas dificuldades: ele raramente anotava o que gastava, o papel ficava em casa ou eu é que o tinha quando ele é que precisava dele.

Ele, bem mais tecnológico que eu, procurou uma app para resolver o problema cuja solução mais avançada que eu encontrei foi tirar foto à lista e mandar via mensagem de telemóvel ou sincronizá-la com a Dropbox (terceiro termo tecnológico em meia dúzia de linhas!...). E encontrou o Out of Milk, que tem a vantagem de se poder criar mais listas, e criou novas soluções de organização, tais como passar a ter a lista da farmácia, da drogaria, do IKEA, entre outras. Assim, aos sítios a que não vamos tão rotinamente podemos fazer a lista ao longo do tempo e quando lá vamos fazemos o brilharete de trazer efectivamente o que precisávamos.

A outra mais valia foi poder dizer a quem gosta de nos atafulhar a dispensa (não é sogra?) o que realmente precisamos sem ter de mandar mensagem com reprodução da lista de papel e sem ter de repente 20 pacotes de leite devido a compras simultâneas para arrumar num espaço em que apenas cabem 8... E serviu de solução também para um amigo que é responsável do pedido de material de um departamento: todos os colegas colocam na lista o que é necessário e ele apenas compila.

As listas podem ser partilhadas com quem quisermos ou não. E assim não se gasta papel inutilmente.


A outra inovação tecnológica é o Google Chrome. Custa-me de morte dar dinheiro por um serviço de televisão que podemos usufruir dele ou não. Quando vivia sozinha, só tinha TV Cabo porque os meus pais gentilmente se ofereceram para pagar, até porque tinha o azar da antena do prédio não estar a funcionar na altura em que lá vivi. No nosso controlado orçamento familiar também quisemos cortar esta despesa que nos ficava em cerca de 30 euros mensais, apenas TV. Como onde moramos não há linhas (nem há água canalizada nem esgotos públicos, quanto mais linhas de TV...), tínhamos a parabólica instalada na açoteia, o que diga-se que não era nada estético.

Mandámos vir o Google Chrome, um aparelho composto por HDMI e USB, que se liga à televisão e com aplicação transfere conteúdos do You Tube, popcorn e outras para o ecrã da TV. Assim temos televisão à mesma e só pagámos o aparelho, que foi pouco mais que o mesmo que pagávamos mensalmente só da TV. Também a Box da TV deixou de estar na sala, bem como os cabos todos, e nenhum deixou saudades. E conseguimos controlar melhor o que as crianças veem sem zappings por conta deles.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Novos vizinhos

Novos vizinhos é algo que adoro. Vem-me sempre a ideia da americana tarte de boas-vindas e que todos nos vamos dar bem para sempre, os miúdos vão brincar juntos e conversamos a passear cães e blá blá blá... E de facto nunca tive experiências negativas com vizinhos, antes pelo contrário. Cheguei a ter os melhores vizinhos do mundo quando morava em Lisboa.

Quando regressei ao Algarve, o tipo de vizinhos mudou. Não são as pessoas que valem menos que as outras, não se compara isso sequer: é que aqui vivemos numa casa e não num apartamento. Deixámos de ter vizinhos por todos os lados, de poder encontrar roupa perdida junto à entrada do prédio, de ouvir a bimby do vizinho a tocar, de saber se a Dona Prazeres já está de volta da casa do filho porque a persiana está aberta, de ver o carro do vizinho na garagem. Agora, temos dois vizinhos: um de um lado e outro do outro lado. Na verdade são 4: Estrada Nacional, Linha do Comboio, respectivamente à frente e atrás da casa e dos lados um café e uma loja.

No lado do café, moram uns velhotes, ele já leva 98 anos bem medidos e que dão prazer de ver e de poder tentar avaliar o valor da vida pelas suas expressões, em especial pelo olhar. Ela cuida dele com o amor que lhe tem. São os pais dos donos do café e são família para a nossa família desde sempre.

No lado da loja, cujo terreno foi parte do nosso há uns anos, há a loja com a qual partilhamos algumas coisas e de quem utilizamos outras, como o simpático parque de estacionamento. É uma loja específica com um nome que todos sabem o que faz, de cadeia internacional. É uma loja daquelas que achamos que devem ser para lavagem de dinheiro, que aquilo não pode dar para sobreviver, como é que alguém pensa em montar um negócio daqueles... até se passar a ser vizinho deles. Aí sim se vê o quanto eles trabalham e quantas pessoas por ali passam de sol a sol. Até nós, sem o querermos, já tivemos de ser clientes deles e nada temos a apontar, antes pelo contrário. Mas não é vizinhança vizinhança daquela... Não os conhecemos, não sabemos nem nomes nem histórias. Embora no nosso esforço quando arranjamos o nosso lado da sebe, se tivermos tempo e se acharmos necessário, vamos lá dar um jeito do lado deles que assim a nossa casa também fica mais bonita. E até já pus uma planta daquelas que não dão trabalho e reproduz-se como coelhos no canteiro deles à entrada do nosso portão, como quem não quer da coisa.

A loja tem um primeiro andar que só há bem pouco tempo reparei que existia e que dizia Aluga-se. Janelas grandes, um dia desapareceu de lá o papel e começamos a reparar em movimentações diferentes. Fiquei contente e pensei que desta é que era, que íamos ter vizinhos, aquilo não deve dar para loja, ao tempo que estava para alugar aquilo vai é ser para habitação. E lá veio a ideia da tarte, dos miúdos e dos cães. Eu ia estender roupa à açoteia e ficava a olhar a sorrir, à espera que alguém se descuidasse e passasse à janela.

Até ontem, em que em altas horas da noite estávamos em agitado rebuliço a preparar o espaço da festa de aniversário da Peninha-aquela. Já me tinha dito o PenaMan que estavam a por o letreiro luminoso na noite anterior... mas qual a minha desilusão quando ele me diz "Já viste o que é? É a REMAX"

Que pena... já havia ali uma série de imobiliárias... e embora eles vendam a ideia da tarte, dos miúdos e do cão, acho que a vão vender longe dali....

Silly Season

É sabido que não sou apreciadora de termos estrangeiros e que sou moça pouco dada a estrangeirismos, só mesmo em último caso. É que não gostar do acordo ortográfico (que insiste em sublinhar a vermelho muita coisa do que escrevo...)  e depois andar por aí com "performance" e "twilight zone" e outros que tais, sempre me deu a sensação que é estar a tentar fazer de quem o diz mais sofisticado e de quem não o percebe ignorante - e eu não gosto de discriminações, muito menos por coisas que não se controlam nem são de medição. É que eu sou moça dada a línguas anglo-saxónicas e latinas, mas se põem "naiff" ou outras palavras francófonas pelo meio, não me safo. E na minha família há quem domine muito pouco o inglês e eu não gosto de falar sem me entenderem. Expressões em latim ainda aprecio, mas não faço disso condição "si ne qua non" para falar.

Agora, se há termo que gosto e consigo falar bastante sobre ele... é a Silly Season.
Já fiz a tentativa de tradução, mas sem sucesso: "época dos patetas"? Era discriminação, está visto: é que ou se tinha de discriminar ou os patetas ou a época e todos fazem falta na expressão, sem nenhum ser diminuído em relação ao outro!

Por aqui, no reino dos Algarves, já começou e por isso vai sair doravante a expressão da minha boca q.b.!

Uma feliz Silly Season a todos os algarvios :)