quinta-feira, 12 de julho de 2018

Munique para mim

Passou tanto tempo desde que aqui vim da última vez!
Não que não tenha sentido falta de escrever, não que não tenha coisas para contar, não que não tenha desculpas suficientes. Simplesmente é preciso uma série de factores se conjugarem e, ao que parece, não tem acontecido.

Hoje falo de Israel para mim. Para mim, Israel é a história que não quero ter de contar à minha filha, que espero que ela nunca me pergunte o que é, como aconteceu, porque é assim. Tenho assistido ao longo dos anos a episódios com israelitas, pessoas por quem nutro simpatia - costumo nutrir simpatia por pessoas mal tratadas, sou assim, cheia de penas!

Nutro simpatia também pelas crianças que vêm sonhos destruídos por adultos que executam acções sem cabimento em detrimento de políticas descabidas, por pessoas que têm de proteger israelitas quando estes se deslocam ao estrangeiro, pelas pessoas que alteram os nomes verdadeiros para poderem ser normais, pelas pessoas que acedem a retirar bandeiras, pelas pessoas que têm de agarrar ofícios que não os seus, por um país que é demasiado maltratado. Para mim Israel é a prova de que a humanidade não é humana.

Sempre que leio sobre a génese e história Israel, ao fim de algumas palavras e linhas o meu coração toma o lugar do cérebro e desliga o modo leitura. Acho que nunca vou conseguir aceitar isto, nem Munique. Porque para mim, Munique é Israel e Israel é Munique.

Sem comentários:

Enviar um comentário