Das tarefas mais interessantes e desafiantes que a vida me proporcionou foi, sem dúvida, educar. Nunca tive ambições no campo de educação de adultos, embora tenha gostado muito das experiências de formação que com eles tive. Mas não ponho empenho no moldar da sua educação, porque sei que a mesma não é tão maleável como a de uma criança e, acima de tudo, tento respeitar cada um na sua essência.
Ao longo da minha existência, tive oportunidade de trabalhar com crianças que não me eram nada, que eram filhos de amigos, outras família e, claro está, a Peninha. É impressionante a velocidade a que caiem por terra as teorias todas que temos para com as outras crianças e que depois não conseguimos aplicar às nossas por causa do "amor incondicional" que chega a fazer dos nossos filhos coisas que de tão boas se tornam más.
Mas a minha mais recente ideia sobre educação é que um educador falha sempre porque se preocupa: pensa no que quer fazer com aquele ser em estado moldável (muitas vezes até antes de existir o ser!), que quer que siga determinada religião, que frequente determinado tipo de ensino, que tenha determinada ocupação extracurricular, que se dê com filhos de determinados amigos, enfim, uma infinidade de pensamentos e teorias. Mas a verdade é que o essencial não é falhar: é preocupar. Todos falhamos em alguma coisa, mas muitos de nós não se preocupam com a educação. A educação tem de ser pensada a longo prazo, mesmo que falhe permanentemente a curto e a médio prazo, mas tem sempre de ser pensada e tem de ser uma preocupação permanente, mesmo que se julgue não o ser.
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