Não sei se é uma expressão ou se deverá ser um nome próprio... se um desabafo, uma observação, uma crítica, um ensaio, um comentário.
O que sei é que é um sapo (ou uma sapa) difícil. E como os sapos não têm penas relacionadas, é como me sinto em relação ao assunto. É isso. Ora aqui vai...
Era uma vez, num sítio que tem nome, mas que não interessa, alguém cuja vida sorriu mas nunca percebeu o que isso era. Com pais separados, vivia com a mãe e um irmão. A mãe atravessava as dificuldades da vida de uma mãe que tem dois filhos a cargo e que vive do seu trabalho por conta de outrem, somando-se as dificuldades que ela própria incessantemente insistia em acrescentar de mais, sem esforço próprio para que fossem de menos. Brindada pela sorte, a família acrescentou um elo masculino, mas que apenas foi aceite pela mãe e pelo irmão e recusado para sempre como família por quem falamos aqui. Tudo o mais não é relevante aqui, por agora.
Teve oportunidade de formação e crescimento académico e até concretização familiar tal como ansiava. Mas ansiar não é suficiente: quando não sorrimos de volta, só mostramos os dentes, a vida não percebe se estamos agradecidos pela bênção da vida ou simplesmente a mostrar cuidados de higiene dentária e oral.
Assim, desmontou-se toda uma carreira profissional que poderia ter sido brilhante e a vida familiar andou a balões de oxigénio por um período superior ao devido. Acusações, apontar de dedo... em frente ao espelho. Como numa fórmula científica qualquer, achemos a solução: precisamos de bens materiais, o meio para atingir o fim não interessa. Basta então um ser q.b. que tenha disponibilidade material.
Mudou tudo na vida para outro sítio que também tem nome mas que também não interessa - nada mais interessa que não o que acha estar bem, independentemente de estar ou não. E assim foi: tirou aos filhos toda a família que eles conhecem até ali, incluindo quem os gerou; pô-los a morar longe, numa escola longe, sem amigos de sempre, com promessa de casamento com a alma gémea, mudança para casa maior com tudo do bom e do melhor, pôr mais um ser no mundo rapidamente. Ao de sempre, hipótese apenas de pagar pensão e deslocações sempre que quer estar com os filhos que são seus nos períodos restritos em que lhe é concedido, conforme desígnios que lhe convém.
Voltemos ao início: Era uma vez, num sítio que tem nome, mas que não interessa, alguém que mentiu desde que nasceu e tudo fez para que os outros fossem prejudicados e infelizes. Prometeu sempre sem cumprir e esqueceu-se que um dia recusou um pai que a vida lhe deu e agora obriga os filhos a viverem com alguém que não lhes é nada. E por falar em não ser nada... acredito que a vida lhe vai dar de volta tudo o que pediu sem crer.
Era isto que me andava atravessado na garganta faz tempo... É ou não é hipocrisia?
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