Sabe quem me conhece que não sou pessoa dada a gurus: não tenho ídolos desportivos, à exceção das grandes lendas do desporto que admiro, mas não tenho em patamar de guru; não sei nomes de atores ou atrizes de cinema, mesmo aqueles que até acho que gostava de ter na minha vida (quem me tenta explicar que viu um filme com o XPTO e a BLABLA fica demasiado frustrado por eu não saber minimamente de quem estão a falar, como se estivessem a falar com uma marciana...); gosto de conhecer grandes personalidades, mas fico apenas com o conhecimento e não com a ambição de seguir pegadas ou realizar feitos de semelhante grandeza.
No entanto, este ano tenho um guru, que não conheço pessoalmente e que, apesar de saber quem é pelo mediatismo que o envolve, caiu-me acidentalmente nos braços a sua história: comprei um lote de livros no OLX que, entre outros, tinha um livro dele. Adquiri o lote de livros pelo conjunto e preço, mas o livro dele não era de forma alguma uma mais valia para preferir aquele lote a qualquer outro.
Estava no início do ano a ler um livro relacionado com história e religião e, às páginas tantas, não me motivava o suficiente para lê-lo... Detesto não acabar de ler um livro, seja ele qual for, mas a verdade é que com o crescimento exponencial da informação e com tudo o que há para fazer nesta vida de tão pouco tempo para tudo e sobretudo para o que se gosta, decidi arrumar o livro por tempo indefinido. Desde que uso a Winkingbooks que não me censuro ao faze-lo, porque a maioria das vezes disponibilizo os livros e eles lá seguem o seu caminho para alguém que os usará, sem me ralar com o custo financeiro e de oportunidade. Além do mais, também graças a esta plataforma tenho sempre livros para ler, sem ter de perder horas, como antes me acontecia, a ver imensos livros para escolher qual ou quais comprar e a ter vontade de chorar na caixa aquando do pagamento pela fortuna que me pedem por umas páginas escritas. E adoro quando algum dos livros que enviei volta a ficar disponível e vou ver por quantos utilizadores já passou: fico mesmo contente, como uma criança numa loja de doces! A forma fácil de enviar e receber delicia-me!
Abri a porta do armário dos livros que está na sala e, com ar de cientista, comecei a ver títulos e autores (em quase modo de livraria, com a diferença que todos os livros que lá estão eu quero ler, pois fui eu quem os mandou vir) e decidi pegar "A mais alta solidão" de João Garcia. Li a sinopse e pareceu-me bastante interessante. Depois dizia "Prefácio de Miguel Sousa Tavares" e preparei-me para 20 páginas de opinião. Fiquei surpreendida por serem duas páginas e um excelente texto.
Continuei por ali fora e em alguns dias estava lido e eu estava uma fã do João Garcia, uma conhecedora de termos de alpinismo e da modalidade (até ali latamente desconhecida para mim) e uma profeta de aventuras de montanha e superação humana física e psicológica. Evangelizei todos pela família e alguns amigos. Gosto de ser contemporânea da aventura vivida e esbocei planos de férias futuras dentro do conceito.
Fiquei a perceber que os alpinistas de sucesso são super atletas, que é possivelmente a modalidade desportiva com a maior taxa de mortalidade de atletas e comecei a respeitar esta modalidade e meio da mesma maneira que respeito o mar, este último meu conhecido há muito tempo!... Podia falar horas deste senhor que não conheço, mas cuja história de vida me impressionou e acabei por adquirir dois livros dele, que entretanto já li e que, embora sejam repetitivos em algumas partes, acabam por encetar a personalidade e a experiência de vida de uma forma mais completa que apenas um livro.
Para mim o João Garcia era o senhor que "ficou sem nariz e sem pontas dos dedos" e resumia-se apenas a isso - hoje é bem mais que isso! A motivação e a força de vontade em conseguir objetivos são brutais e o resumo disso está bem encetado no prefácio do livro.
Um livro está emprestado, o outro chegou hoje via Winkingbooks a alguém que espero que goste tanto dele como eu gostei.
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